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- Catavento Capítulo 3
outubro 24, 2012
Fanfic Catavento
Escrita por MyYoona
[+16]
– O que será que Taeyeon unnie está fazendo sentada com
eles? – Era notável o tom de desprezo na voz da segunda maknae.
Não que ela tivesse algo contra “os populares”, mas o que a
irritava profundamente era essa mania deles ficarem zombando da sua genialidade
e a dos seus amigos. Que culpa ela tinha se eles eram desprovidos de
inteligência e precisavam ficar horas nas academias e dias de dietas para terem
algum tipo de atenção? Arrogância, definitivamente, não era uma coisa que
agradasse muito à Yoona. Bom, pelo menos quando se tratava da sua pessoa, esse
não era um defeito tão ruim. Saber todas as leis de Mendel, teoria sobre
evolucionismo, fórmulas matemáticas e físicas, não era para qualquer um e ela
se achava no direito de se gabar disso sempre que a perguntavam. Vocês também
concordam com a nossa pequena gênia?
– Deve estar ensinando o assunto da prova de química – Sunny
respondeu sem tirar os olhos do seu tesouro: um vídeo game portátil em 3D.
– Como podem achar difícil química orgânica? – Yoona
perguntou incrédula para as outras pessoas que também concordaram, bestificadas
– Aprendi isso com dez anos.
– Aprendi com onze – Um rapaz alto e moreno, cujo nome é
Donghae, comentou meio chateado – Com dez eu estava me concentrando em aprender
outras línguas.
Se prestássemos bastante atenção em seu rosto, perceberíamos
que ele tem uma boa imagem. Infelizmente, o aparelho nos dentes, o excesso de
gel no cabelo e as espinhas nos fazem repensar. E mesmo sendo muito rico, não
deixava de ser motivo de piada na escola; fato que não incomodava nem um pouco.
– Sério, oppa? – Seohyun perguntou interessada – Sabe falar quantos
idiomas?
– Deixe-me ver – Coçou o queixo e foi contando nos dedos –
Inglês, japonês, francês, italiano, espanhol e agora estudo o português.
– Que legal! Eu tenho dúvidas sobre algumas pronúncias em
francês. Poderia me ajudar a estudar depois?
Todos na mesa olharam para a nossa pequena maknae, que corou
com a ação de seus amigos. Sunny e todos os outros se perguntavam se tinham
ouvido direito: Seo Jo Hyun havia realmente chamado um garoto para estudar?
Tudo bem que foi um convite puro e sem malícia, mas era um grande passo quando
se tratava da Seobaby. As pessoas voltaram as suas coisas, mas seus ouvidos
continuavam atentos a conversa.
– Com todo o prazer – Nossa menina sorriu e abaixou a
cabeça, voltando sua atenção para o lanche. Donghae, satisfeitíssimo, retribuiu
mostrando o seu sorriso metálico.
Naquela mesa tudo estava bem, mas... será que Taeyeon estava
com a mesma sorte?
Pela cara da nossa leader, a resposta é não.
Ou aquele grupo era realmente burro ou Taeyeon era uma péssima
professora. A primeira opção parece mais viável. Depois de dez minutos
explicando uma mesma regra sobre como montar e classificar as cadeias
carbônicas, a Kim primogênita já havia desistido daquelas pessoas. Como um
indivíduo não reconhece a diferença na fórmula estrutural de um eugenol para
uma benzocaína? Até eu estou começando a me revoltar aqui!
– Isso aqui é uma benzo o quê? – Tiffany perguntou,
visivelmente confusa.
Apesar da mais velha tê-la achado, nesses últimos minutos,
uma verdadeira obra de Michelângelo, a sua falta de conhecimento anulava todo o
encantamento.
– Ben-zo-ca-í-na – Passou a mão no rosto e olhou o relógio –
O intervalo está acabando, tenho que ir.
– Mas e a prova? – Taemin perguntou desesperado – Se não
aprendi em todas as explicações do professor, como acha que aprendi em dez
minutos?
– Hyoyeon me chamou para tirar algumas dúvidas, não para
explicar o assunto inteiro – A mais velha se levantou e limpou seus óculos na
blusa – E se ao invés de ficar babando pelo Choi, você prestasse atenção na
aula, não estaria nessa situação.
E saiu a passos firmes em direção à sua mesa, deixando todos
boquiabertos.
– O que tem para falar em sua defesa? – Hyoyeon perguntou
séria.
– Você vai acreditar nessa louca? Minho é meu melhor amigo!
– Todas as meninas o encaravam com as sobrancelhas arqueadas – Eu não sou gay!
– E você, hein, me faz passar vergonha – Jessica distribuía
tapas pelas costas e braços do namorado – Na frente de todo mundo. Se você for
gay mesmo, é melhor me falar. Não quero ser trocada por um homem!
– Eu não sou gay! – O moreno falou enquanto tentava se
proteger.
– Minho, você já me fez sofrer demais; não quero continuar
um relacionamento que só me traz desgosto – A loira falou, dramaticamente.
– Como eu já te fiz sofrer demais? – O outro perguntou meio
assustado – Não faz nem uma semana que estamos juntos!
– Por isso mesmo, não quero sofrer mais – Se levantou e
chamou as amigas com o dedo – Vamos, a aula já vai começar.
Todas as meninas sabiam que Jessica só estava namorando por
conveniência, e porque Minho havia implorado. A loira tem uma doença muito comum
entre a maioria dos jovens: a compromissofobia. E o seu lema é “por que ter um
se posso ter todos?”. Muito moderninha essa nossa princess, não acham?
– Será que rola algo entre o Minho e o Taemin? – Tiffany
perguntou para Yuri, enquanto se sentavam em suas cadeiras.
– Não sei. Já basta o Key ser meio afeminado..
– Como posso gostar de um cara que nunca deu o menor sinal
de que também gosta de mim e ainda sofre suspeitas de ser gay? – A americana
abaixou a cabeça e recebeu tapinhas reconfortantes da amiga.
– Um dia você acerta – A mais nova se virou para a prova que
acabara de receber e fez uma pequena prece antes de pegar o lápis para
respondê-la.
Na primeira fileira de carteiras, nossas meninas reviravam
os olhos com a facilidade das questões. Em poucos minutos as quatro se
levantaram, entregando a prova para a professora que não se impressionava mais
com a rapidez de suas alunas. E como a última aula seria vaga, elas decidiram
ir embora mais cedo, já que segunda-feira é o dia da faxina no apartamento.
xXx
– Meu Deus, que bagunça! – Seohyun falou horrorizada ao
abrir a porta do quarto da sua melhor amiga – Não quero nem imaginar a
quantidade de bactérias que vivem aqui.
– Foi provado cientificamente que bactérias odeiam desordem
– Yoona apareceu por trás, assustando a maknae – Quanto mais limpa sua cama
estiver, mais bactérias terá – Ela se calou ao ver a expressão da amiga – Mas
concordo com você, aqui está realmente uma bagunça.
– Sim, está! Arrume isso que eu irei ver como as unnies
estão se saindo.
A mais nova se retirou, deixando Yoona sozinha. A dona do
quarto suspirou e começou a pegar as peças de roupas que havia jogado no chão
durante a semana, colocando-as no cesto, para depois, levá-las para a
lavanderia. Seu “refúgio” era realmente muito agradável de se ficar: com as
suas paredes pintadas de azul safira, seus livros arrumados, ou nem tanto, na
prateleira e uma imensa tabela periódica pregada na parede. Presente de
Taeyeon, que, segundo a mais velha, serviria para que ela “não se esquecesse
das boas coisas da vida”.
Bom, já Seohyun não estava tendo o mesmo progresso que sua
amiga. Taeyeon estava deitada na cama, com fones e cantando algum rock
americano. Nem se dera conta da presença de outro ser humano. Até sentir os
fones serem arrancados do seu ouvido.
– YAH! – Abriu os olhos irritada, mas deu um sorriso amarelo
ao ver a expressão da mais nova.
– Unnie, você não falou que quando eu voltasse aqui, tudo
isso – Apontou para as roupas, livros, coberta, folhas e até um sanduíche que
estavam espalhados no chão – Estaria limpo?
A mais velha levantou, contrariada, e começou a faxina. Seo
sorriu satisfeita e foi até o quarto da última moradora. Não fez questão de
entrar, só gritou para que Sunny ouvisse.
– Unnie, sei que está jogando. Poderia se separar desse eletrônico
e arrumar a baderna que eu sei que está esse aposento?
– Merda! – A baixinha falou e a mais nova sorriu – Ok, irei
fazer a minha parte.
Como todos naquela casa, Seohyun também tinha a sua função.
Apesar de Taeyeon ser a “líder” e a mais velha, era a maknae, no auge dos seus
quinze anos, que desempenhava o papel de omma. Ela fazia as compras do mês e
cuidava da casa. Ninguém mais tinha autoridade suficiente para fazer Sunny
parar de jogar, fazer a leader ir tomar banho e fazer Yoona comer vegetais,
frutas e legumes. Só a super maknae detinha esse poder.
E ela agora se encontrava no seu limpíssimo, amarelado e
livre de ácaros, quarto. Suas paredes estavam cheias de adesivos do seu anime
favorito; Keroro. Pegou o porta retratos que segurava uma foto sua com seus
pais e beijou cada um deles. Se não fosse a distância e a condição nada
favorável de seus progenitores, Seohyun os visitaria todo final de semana. Mas
como não podia, desfrutava ao máximo os dias que passava com eles na curta
visita a cada três meses.
– Seobaby? – Ouviu batidas na porta – Eu e Taeyeon unnie
vamos na lavanderia. Quer que compremos algo?
– Não, Yoong. Obrigado – Respondeu, enquanto colocava a foto
no lugar.
– Certo. Já voltamos, então – Passos anunciaram que sua
amiga já havia se retirado. Deitou-se na cama e fechou os olhos, adormecendo em
seguida.
No outro quarto, a pequena Sunkyu jogou toda a bagunça para
debaixo da cama e voltou a jogar. Outro dia arrumaria tudo. Afinal, roupas
sujas poderiam esperar, mas o Mário precisava resgatar a sua princesa!
Já no apartamento da frente, a maior preocupação das meninas
não era a bagunça e sim o baixo rendimento escolar. E Tiffany, como sempre, era
a mais desesperada.
– Esse é o meu último ano, eu irei perder, não entrarei na
faculdade com vocês e irei começar a consumir drogas! – A americana caminhava
pelo apartamento, segurando em seus cabelos.
– Pelo amor de Deus, Fany – Jessica revirou os olhos – Você
não deve estar tão mal assim – Pegou o boletim da outra e olhou. Coçou a cabeça
– Bom, quer dizer...
– AI MEU DEUS! Agora sim Michele vai ter motivos para se
achar melhor do que eu.
– Não está tão ruim assim – A loira falou, tentando consolar
a amiga – Mas perder em educação física é uma vergonha!
– Você não está melhor do que ela, Sica – Hyoyeon falou –
Tirou notas baixas em todas as atividades de matemática.
– Olha que legal! – Yuri chegou na sala com um cubo mágico
nas mãos – O Jong que me deu.
– Você não vai conseguir resolver isso – Sooyoung apareceu,
sentando do lado da americana, que já havia se acalmado.
– Ainda bem que você me anima – A morena fez um sinal de
jóia com as mãos.
As meninas continuaram a conversar e Jessica começou a
trocar mensagens com seu amigo misterioso. Yuri, decidida a provar que era
capaz, foi para o lado de fora do apartamento. Se sentou do lado da porta e
começou a girar o brinquedo. Alguns minutos depois, ela já estava a ponto de
jogar aquele objeto demoníaco na parede; mas como sabia que o síndico, com
certeza, iria reclamar do estrago, decidiu jogar pela escada.
– AI!
A morena arregalou os olhos e se levantou para ver em quem
tinha acertado. Relaxou os músculos ao ver Yoona subindo massageando a cabeça e
com o brinquedo na outra mão.
– Foi mal, Im – Voltou a se sentar, tentando controlar o
riso.
– Você que jogou em mim, Kwon? Aish! – Fuzilou a outra com o
olhar.
– Já pedi desculpas!
– "Foi mal” é bem diferente de “me desculpe” – A mais
nova olhou para o cubo em sua mão e ajeitou os óculos – Faz tanto tempo que não
vejo um desses...
Yuri olhou para Yoona e a segunda maknae começou a
movimentar o brinquedo. E em menos de um minuto, jogou o objeto montado nas
pernas da mais velha.
– Sabe agradecer, Kwon? – Sorriu e entrou no Catavendo,
deixando a nossa Black Pearl bestificada.
– Obrigado – Gritou com a certeza de que a outra não
ouviria.
O que ela não sabe é que nossa Yoong estava atrás da porta e
sorriu ao ouvir o agradecimento.
– Por nada – Respondeu para si mesma.