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- Sra e Sra Kim Capítulo 2
junho 29, 2013
Fanfic Sra e Sra Kim
Escrita por ByunBiia
[+18]
Notas da Autora: Primeiramente obrigado a todos que favoritaram e comentaram, fico muito feliz que tenham gostado ^-^. E agora só avisando que esses próximos capítulos vão ter muitos flashbacks contando como tudo começou, espero que não fique chato. Novamente, obrigado pelo apoio.
Arquivos
de Sra. e Sra. Kim: Gravações e anotações.
“Sou a
Dra. Kim, e estas são as transcrições de minhas sessões gravadas com o casal
Kim, desde o dia 17 de agosto”. Todas as reuniões estão gravadas e também
incluem comentários copiados de minhas anotações a respeito da expressão
facial dos pacientes, sua linguagem corporal etc, etc. Como de praxe, e assim
por diante.
SEGUNDA
SESSÃO, SRA. TIFFANY KIM
Sra.
Kim entra mais confiante, porem ainda nervosa. Senta-se, cruza as pernas e
recosta-se na cadeira sem eu precisar mandar. Gira a aliança repetidas vezes.
Noto
que ela parece cansada. Confiro minhas anotações: Tiffany Hwang-Kim empresária
no ramo de informática. Trabalha para empresas importantes. Horários
imprevisíveis, ocasionais chamadas de emergência no meio da noite. Viaja muito,
não tem filhos, mas cuida da sobrinha desde a morte da sua irmã. Uma vida
atribulada.
Mas
percebo que seu cansaço não parece ser apenas físico e sim uma profunda fadiga
emocional. Ela tem um sorriso encantador. Os olhos são espelho da alma, e os
dela apenas do lindo eye-smile mostrado as constantemente, refletiam um vazio,
uma tristeza que aos poucos a consome.
Como
de hábito, remexo nos meus papéis. Ofereço café e chá, e ela agradece aceitando
o chá.
Ela
aceita dois cubos de açúcar, e mexe o chá antes de tomá-lo, o gesto é tão
elegante. Ela aparenta estar mais relaxada e então eu começo.
Eu:
Então me diz, Tiffany. Por que resolveu voltar aqui sozinha?
Ela
para pra pensar e responde sem o entusiasmo que ela tinha no primeiro dia: Na
verdade, não sei. Não creio que tenhamos um problema. Quer dizer, eu amo
Taeyeon, amo minha casa, e nossa vida...
Nota: Ela
não termina a frase. Há um grande "mas" pairando no ar, esperando
para ser dito. Seja o que for, ela aparentemente não sabe como continuar.
Eu (incitando-a):
Mas...
Nota: Tiffany
assume um ar distante. Decerto está mentalmente revivendo cenas do seu
casamento, coisas que a deixam triste. Mas depois apenas sacode os ombros.
Eu:
E, no entanto você veio. Sozinha. Não se trata mais de um lote-surpresa
arrematado num leilão por mero capricho... Não se trata de uma simples
plástica, não é mesmo?
Nota: Tiffany
olha para as próprias mãos, balança a cabeça.
Eu:
Está claro que você sente a necessidade de falar sobre alguma coisa.
Nota: Sorriso
forçado. Insisto no assunto.
Eu:
Então, qual é o problema?
Sra.
Kim: Há um buraco entre nós, um buraco que vai sendo preenchido com tudo aquilo
que deixamos de dizer uma à outra. Às vezes ela está ali, bem na minha frente,
mas é como se estivesse... em outro planeta.
Eu:
Pode dar um exemplo?
Tiffany:
Nunca discutimos, mas discordamos em tudo e muitas vezes ignoramos as opiniões
uma da outra. É só... Futilidade...
Eu:
Até que ponto você é sincera com sua esposa?
Nota: Tiffany
assume a expressão de um cachorro perdido na estrada, diante das luzes de um
caminhão.
Tiffany:
Bastante sincera. Não que eu minta pra ela. Acontece que... Tenho certeza de
que nós duas guardamos os nossos segredos. Todo mundo tem segredos, não tem?
Nota: As
coisas estavam começando a melhorar. Ela já estava pegando confiança em mim.
Tiffany:
Eu só... Posso ter um pouco de água?
Assenti
positivamente, mas ao ir buscar a agua notei que não havia nenhuma em minha
sala. Estranho. Eu tinha colocado hoje.
Eu:
Volto logo.
Quando
voltei Sra. Kim não estava mais em minha sala, tinha apenas uma nota dizendo
“emergência de trabalho, sinto muito. THK”.
Interessante.
Tiffany
saiu o mais apressadamente que pode, Taeyeon a esperava na rua de trás do
consultório, ao entrar no carro viu sua esposa se empanturrando de rosquinhas.
Tiffany lhe deu um olhar reprovador antes de tomar a rosquinha de sua mão e
comê-la. Taeyeon lhe deu um olhar divertido, mas nada disse.
–
Aqui.
–
Você conseguiu tudo?
–
Sim. Numero do RG e copia da chave do apartamento...
Enquanto
ia mostrando as coisas Tiffany sentiu um aperto no peito. Hyoyeon era uma boa
pessoa, mal sabia ela o que a aguardava.
–
Você fica linda nesse vestido – disse Taeyeon se curvando e lambendo o canto da
boca de Tiffany – Hmm adoro rosquinha...
–-------------------------------------------------------------------------------------------
Na
sessão seguinte ambos foram e foi igual à primeira, exceto pelo detalhe que meu
apartamento foi invadido um dia antes e eu estava uma pilha de nervos. Quase
não lembro o que foi falado na sessão, apenas passei uma tarefa para que elas
possam se abrir mais, mesmo que eu não vá vê-la. A tarefa era escrever sobre
seus sentimentos.
–--------------------------------------------------------------------------------------------
Tiffany
se acomodou em sua poltrona pegando um caderno aleatório e uma caneta. Ficou um
bom tempo pensando no que escrever. Taeyeon tinha saído e Tiffany se sentia
estranha. A campainha tocou e ela foi atender.
Abriu
a porta e viu uma garota de cabelos longos com um sorriso no rosto a encarar.
-
Oi, Sr.ª Kim a Seohyun está?
-
Oi Yoona, a Seo esta no quarto, e eu já disse para me chamar apenas de Tiffany.
A
mais velha deu espaço para a garota entrar. E viu uma garota que vinha correndo
e descendo as escadas se aproximar.
-
Oh tudo bem Tiffany. – respondeu Yoona obediente.
-
Vem Yoong. - Seohyun puxou a amiga pela mão e subiu as escadas novamente.
-
Não façam bagunça! – Gritou Tiffany perdendo as garotas de vista.
Tiffany
voltou para sua poltrona e continuou o que estava fazendo. Não era realmente
obrigatório fazer essa tarefa tendo em vista que Dra. Kim não leria. Mas
Tiffany se sentiu compelida a tentar. Após um tempo ela decidiu começar do
Inicio.
Tiffany
Hwang-Kim: Sentimentos.
Desde
pequena sempre sonhei em ser uma estrela de cinema e até o final do ensino
médio eu acreditava que realizaria meus sonhos. Ilusão. No meu ultimo ano
invadiram minha casa na véspera do Ano Novo e mataram meus pais, na minha
frente. Eu fiquei impotente enquanto assistiam mata-los, nesse dia eu jurei que
jamais ficaria em uma situação dessas. Então meu pai antes de morrer me revelou
que era um agente de uma companhia de espionagem e um assassino profissional.
Foi um choque. Ele morreu em meus braços pedindo perdão e eu nunca esqueci essa
cena. Deixei meus irmãos e sai sem destino mundo a fora. Eu jurei vingança
contra as pessoas que mataram meus pais e passei a maior parte da minha vida
caçando-os. Entrei pra Archer e me tornei uma assassina profissional, eu me
sentia mal matando pessoas, mas elas eram pessoas ruins e estavam tendo o que
mereciam.
Eu
só sentia ódio, e senti durante muito tempo.
Até
conhecer Taeyeon. Ou melhor, Jessica Jung como ela dizia se chamar na época.
Foi ai que minha vida começou a mudar, foi ai que eu comecei a sentir e minha
vida começou a ter um sentido.
Seis Anos
Atrás...
Tiffany
pov
Eu
estava hospedava em um hotel americano em Bogotá. Mais uma missão, parecia que
só tinha eu naquela agência. Já estava cansada, mas não tinha tempo pra
descanso. Deixei minha mala em cima da cama e coloquei um biquíni, joguei uma
canga envolta da cintura, peguei minha mochila e meus pés de pato e foi cumprir
meu trabalho, quanto antes terminasse mais cedo voltava pra casa.
Sai
de meu quarto e corri quando vi que o elevador estava se fechando, não queria
esperar até ele subir de novo. Aquela geringonça velha provavelmente demoraria
horas, eu achei um ultraje um prédio ter só um elevador e ainda um velho como
esse, mas não cabia a mim questionar já que iria embora amanhã. Consegui
segura-lo, entrei apertando o térreo, as portas já estavam fechando quando
escutei alguém gritar.
–
Segura!
Eu
parei de novo o elevador e enquanto uma mulher loira com roupa social corria
para dentro. A mulher agradeceu e eu sorri. Eu nunca fui uma pessoa de me
apaixonar ou sequer sentir atração por outras pessoas, um caso aparte foi meu
namorado no colegial Choi Siwon, mas tirando ele, eu não senti nada por mais
ninguém.
Até
meus olhos se conectarem com um par de avelãs, eu não podia parar de olha-la.
Meus olhos adquiriram vontade própria e começaram a correr cada centímetro do
corpo da loira. Seus cabelos claros presos em um coque frouxo, roupa social,
pele perfeita, rosto de criança, um pouco abaixo da estatura media e sorriso
brincalhão de criança sapeca. Corei e desviei o olhar ao notar que eu estava
secando-a descaradamente. Ao olhar meu reflexo na parede do elevador notei que
loira fazia a mesma coisa. Ela tinha seus olhos presos na minha bunda e lambeu
os lábios. Senti um arrepio subir por meu corpo e deixei um suspiro escapar,
aquela mulher era deslumbrante.
A
loira foi a primeira a sair, e infernos, eu me sentia hipnotizada pelo balançar
dos seus quadris. Me senti como um adolescente pervertido, mas não era minha
culpa que o destino quis que nós fossemos pro mesmo caminho. Quando chegamos à
entrada da praia à loira olhou pra trás, mas afrente perto dos quiosques e do
restaurante a loira parou de andar.
–
É parece que o destino quer que agente se encontre – Eu dei um sorriso
divertido, eu pensava a mesma coisa.
–
Sorte a minha – Ela retribuiu o sorriso – você não parece alguém que vá curtir
o mar agora – apontei para o jeito formal que ela estava vestida.
–
Talvez eu não me sinta tão bem com o meu corpo quanto você e queira aproveitar
a praia de alguma forma – respondeu dando de ombros, eu riu e balancei a cabeça
negativamente, eu não tinha um corpo ruim, mas não ficava me gabando dele.
–
E o que te faz crer que eu me sinto ‘tão bem com meu corpo’? – perguntei
curiosa.
–
Com essa pele branquinha e essa barriga definida você deve se sentir a rainha
da cocada preta – eu ri de novo, ela realmente parecia apreciar meu corpo, não
parava de olha-lo e nem disfarçava.
–
Aposto que seu corpo é melhor, mas só vendo pra saber. – Ela arqueou uma
sobrancelha e um sorriso maroto surgiu em seus lábios.
–
Eu tenho um almoço de negócios agora. Podemos jantar um dia desses, você parece
ser a única pessoa que fala coreano aqui sem que eu funda meu cérebro tentando
adivinhar o que você está falando – ela disse jogando um sorriso charmoso pra
mim. Eu realmente gostei dela.
–
Claro, amanhã talvez?
–
Seria ótimo.
–
No restaurante da praia – Apontei para o restaurante, ela assentiu e eu estendi
minha mão – Eu sou Kwon Yuri, você é?
–
Jessica Jung.
–
Foi um prazer Jessica.
Eu
pisquei pra ela antes de ir em direção ao mar, agora era focar no trabalho. Até
que não seria tão ruim, Jessica era muito fofa e eu poderia me divertir com
ela.
Assim
que entrei na água eu incorporei o espião, era hora de fazer coisas
impossíveis. Nadei até o iate onde dois deputados corruptos iam fugir. Ótimo,
dois de uma vez só. Subi pela traseira checando se não tinha nenhum guarda. Vi
um brutamonte do lado de um helicóptero, subi a escadinha e me escondi atrás da
calda, esperei ele se aproximar do parapeito, num movimento rápido corri e
chutei-o nas costas atirando-o pra fora da embarcação. Instalei a bomba embaixo
do helicóptero e saltei quando escutei os gritos dos capangas. Nadei o mais
rapidamente pra longe e mergulhei quando escutei a explosão. Quando sai do mar
tratei de bipar Sooyoung.
–
Dois alvos já foram só falta dois e serviço estará feito Aretha.
–
Como assim? Acabei de receber o restante do pagamento. Os quatro já foram! –
Sooyoung sempre foi uma ótima assistente, mas às vezes se atrapalhava com
computadores. Revirou os olhos imaginando a confusão que estava o escritório.
–
Claro que não, eu só matei dois!
–
Tiffany, sério, os quatro estão mortos! Se não foi você, então alguém fez seu
trabalho.
–
Tudo bem. Mas eu vou checar – disse por fim. Afinal, o seguro morreu de velho.
–
Você que sabe! Já estou providenciando as passagens, vejo você em breve! Bye
sis, love ya!
Taeyeon
pov
Eu
tinha tido um dia cheio, tinha perseguido um politico numa corrida de carros um
tanto alucinante, podia imaginar e até ouvir Sunny delirando. Enchi o carro do
cara de balas até ele capotar, mal tinha matado o deputado e fui atrás do tal
de Barracuda. Ele era o politico que governava a província. Em menos de
quarenta minutos escalei o predito em que ele estava e o enchi de bala, como
tinha dito antes o dia foi cheio. Eu estava exausta. Era cai na cama e dormir.
E foi o que eu fiz.
No
dia seguinte eu avistei a tal Yuri de longe, mas a morena parecia estressada e
não me viu. Um sorriso safado tomou conta de meu rosto, a essa garota que me
aguardasse. Quero só ver a cara de Sunny quando eu contar a gostosa que eu
peguei, eu vou até bater uma foto dela assim que tiver chance.
Tiffany
pov
Ao
anoitecer a cidade estava um verdadeiro caos. Após os Políticos serem
assassinados, soldados começaram invadir os prédios sem controle, vasculhavam
os quartos e revistavam pessoas a toda hora.
A
cidade inteira entrou em ebulição: as pessoas saíram às ruas gritando a plenos
pulmões. Eu ouvi alguém dizer em inglês:
—
O Barracuda foi baleado!
O
Barracuda: Ok Taecyeon.
Conhecia
muito bem aquele nome. Um político local que governava a província. Não era um
cara do bem. Ele era meu alvo, mas alguém tinha o pego antes de mim... Sooyoung
estava certa, ele foi assassinado.
Nuvens
escuras e ameaçadoras se formavam no céu espelhando o clima nas ruas, e por
ambos os motivos eu achei melhor voltar para o hotel. Meus cabelos eram
castanhos e meu inglês era excelente, podia passar perfeitamente por uma
Americana. Afinal eu nasci nos EUA mesmo. Eu poderia me mesclar sem
problemas, mas era melhor não arriscar.
A
cotoveladas, abri caminho através da turba ensandecida e cheguei ao hotel. Dei
uma rápida espiada para trás antes de cruzar a porta. Parecia que Jessica
tivera a mesma ideia que eu.
Enquanto
meus olhos se acostumavam à luz mais amena do lobby, avistei a
loira no bar. Ela observava o tumulto do lado de fora, impassível, como se
assistisse a uma parada militar.
Seus
longos cabelos loiros se espalhavam pelas costas, um short branco curto e uma
blusa social um pouco aberta. E convenhamos, como era linda aquela
loirinha. Simplesmente adorável.
E
pela segunda vez me perdi olhando-a. E naquele instante cheguei a pensar que
jamais seria capaz de olhar para outra direção.
Um
mensageiro do hotel contava-lhe a novidade do assassinato.
—
A polícia está recolhendo os turistas desacompanhados — alertou o jovem em um
inglês forçado.
Nunca
entendi direito por que eles fizeram isso. Talvez fosse alguma coisa que
aprenderam nos filmes americanos.
—
You're alone? — perguntou o mensageiro a Jessica. Ela hesitou.
Como
se sentisse meu olhar, ela levantou a cabeça olhando em minha direção.
Eu
perdi o fôlego. Aqueles olhos sempre me causavam sensações nada comuns, aquele
par de avelãs penetrantes nos quais uma mulher poderia facilmente se perder.
Dei
um passo em direção a ela.
Foi
então que um capitão da polícia irrompeu no bar e arrumou a festa, recolhendo
suspeitos e intimidando todos os demais. Por um simples capricho poderia as
arrastar para a cadeia, e ninguém jamais teria notícias delas outra vez.
Meu
coração veio à boca quando o policial notou minha presença. Olhou-me da cabeça
aos pés, tirou suas conclusões e olhou para Jessica.
—
Are you alone? — perguntou a ela com um sorriso malicioso, obviamente pensando
em tirar proveito dela. Eu sabia onde isso ia dar. Os olhos de Jessica se
voltaram pra mim e foi o que bastou.
Uma
troca de olhares — um refúgio no meio daquela confusão —, e Jessica me teve
como seu porto seguro.
Eu
me adiantei e me postei ao lado da loira.
-
She’s with me.
Envolvi
a cintura dela com um braço como se tivesse com ela a tarde inteira. Jessica
me deu um abraço carinhoso e me puxou em direção às escadas, era melhor evitar
ficar esperando o elevador. Não dar chance pro capitão mudar de ideia.
O
policial deu uma olhada cobiçosa e seguiu em frente — iria aterrorizar outros
inocentes pelo caminho.
Taeyeon
pov
Eu
nunca me senti tão segura como nos braços de Yuri, continuamos com a encenação
até o quarto dela, pensei que seria o fim da linha. Mas uma saraivada de tiros
nos fez muda de ideia. Entramos rapidamente e batemos a porta.
Lado
a lado, recostadas contra a porta, o coração batendo forte no peito, ouvíamos a
gritaria, mais tiros, a agitação dos outros hóspedes. Esperando estar entre os
sortudos que sairiam vivos daquela situação.
Achei
que Yuri gritaria a qualquer instante, ou desmaiaria, ou pelo menos desabaria
em lágrimas.
Em
vez disso, ela começou a rir e pater palmas com um eye-smile que vez meu
coração derreter.
Imediatamente
me joguei diante dela e tapei sua boca com a mão, inadvertidamente (será?)
pressionei meu corpo contra o dela.
Ela
arregalou os olhos como se aquilo fosse uma espécie de cantada. E talvez
fosse mesmo.
Ficamos
imóveis, as duas.
Olhei
fundo naqueles olhos castanhos quase negros e por um instante cheguei a pensar
que jamais seria capaz de olhar em outra direção. Eu senti as batidas do seu
coração, cheirei o calor do dia em sua pele.
Quem
era ela? Que tipo de mulher era essa, capaz de rir diante de uma situação tão
perigosa?
Eu sabia
a resposta: Meu tipo de mulher.
Eu
sabia como gostaria que aquela noite acabasse, vinha pensando nisso desde que
pude apreciar o corpo dela vestida apenas de biquíni e canga naquele elevador.
No
fim da tarde, quando a insanidade do dia já começava a dar lugar à calmaria da
noite, nós fugimos para ter o nosso tão esperado encontro, saindo daquele hotel
sufocante.
Àquela
altura já havia começado a chover, e as pessoas corriam de um lado para outro.
Cobrindo a cabeça com um jornal, procurávamos ultrapassá-los até chegarmos ao
lugar onde tínhamos combinado nosso encontro, escondido no fundo do restaurante
apenas a luz de velas.
—
Varron dominou esta província durante anos — Expliquei a ela.
Ela
assentiu com a cabeça e disse:
–
Foi o terceiro assassinato esta semana - Então a mulher se mantinha informada.
–
Quarto – eu disse — Afinal, o que você veio fazer em aqui?
–
Trabalho. — Esperei que Yuri continuasse, mas a morena não acrescentou mais
nada. Talvez eu devesse ter continuado com as perguntas, mas, na verdade, não
estava nem um pouco interessada. O que importava era que ela estava ali, e isso
bastava pra mim.
–
E você? — ela perguntou.
–
Diversão. – Ela pareceu gostar da resposta, quando terminamos de jantar eu fiz
questão de pagar a conta e deixamos o restaurante – Vamos beber alguma coisa,
tem um bar logo ali.
Descemos
as escadas de um porão, onde funcionava um barzinho muito popular entre os
locais. Ali estaríamos seguras. E aquele era um bom lugar para encher a lata
sem nenhum conhecido por perto para encher o saco.
A
pista de dança estava repleta de pessoas tentando esquecer o mundo do lado de
fora; a dança era frenética, os corpos se esfregavam com volúpia e absurda
sensualidade. Não que eu arriscasse tomar parte daquilo, mas gostava de olhar.
Enquanto
procurávamos uma mesa mais afastada, Yuri subitamente se deu conta do perigo
pelo qual tinham passado durante o dia.
–
Eu estava no meio da rua — ela disse. — Tive muita sorte.
–Nada
disso — eu falei baixinho enquanto me sentava, fazendo sinal para que ela se
sentasse ao meu lado. — Quem teve sorte fui eu.
Uma
garrafa de tequila surgiu do nada na mesa, bem como os demais apetrechos. Dei
de ombros e servi duas doses de tequila, levantei meu copo para fazer um
brinde.
–
Às balas que não nos encontraram... — eu disse. Yuri riu e bateu levemente seu
copo no meu.
–
Às balas que não nos encontraram...
Meus
olhos não se despregavam dela enquanto lambíamos o sal de nossas mãos,
tragávamos a tequila e chupavamos o limão.
Esse
foi, de longe, o drinque mais sensual de toda a minha vida. Não tinha nada que
me fizesse desgrudar os olhos da boca dela, ela tinha lábios carnudos que
estavam me enlouquecendo, eu queria beija-la, ah como eu queria.
Duas
doses mais tarde, Yuri me arrastou até a efervescente pista de dança. Eu gritei
que era péssima dançarina. Mas quando a morena jogou seus braços envolta do meu
pescoço colando meu corpo no dela e começou a remexer os quadris, ela me convenceu:
Ninguém dançava melhor do que eu.
Notas Finais: O que acharam, hum?