maio 01, 2013

Fanfic Um anjo em minha vida
Escrita por MyYoona
[+18]




Taeyeon andava nervosamente pelo apartamento e olhava constantemente para o relógio, desejando que o tempo andasse mais depressa para que Tiffany chegasse logo em casa. Distraiu-se por alguns minutos com as fotos que estavam espalhadas pelas paredes e logo a ruiva abriu a porta, massageando as têmporas e jogando os sapatos e a bolsa pela chão.



- TaeTae, por favor, me dê um soco – Pediu com a voz baixa.



- Wae? – Perguntou assustada.



- Talvez se eu machucar outra parte do meu corpo pare de sentir a dor insuportável na minha cabeça.

- Vem, deita aqui.

Sentou-se no sofá e bateu em suas pernas, sinalizando que queria que Tiffany deitasse ali. A ruiva obedeceu e logo sentiu as mãos delicadas da loira passarem por sua testa, têmporas, bochechas, queixo... E o carinho estava tão bom, que os músculos, antes tensionados, agora se encontravam relaxados e a dor parecia ter desaparecido. Ela fechou os olhos e a sua respiração começou a ficar lenta, porém, o sono estava longe.

- Como está se sentindo? – Taeyeon perguntou.

- Bem melhor, obrigada – Respondeu e abriu os olhos, encarando o rosto perfeito que a olhava carinhosamente – Quer me falar alguma coisa?

- Eh? Como sabe que quero conversar?

- Você é muito fácil de ler, TaeTae – Sorriu – Seus olhos dizem tudo. Por isso passo tanto tempo olhando para eles... Gosto da verdade que me passam.

A loira corou levemente.

- Ok, pode me falar – Sentou-se – Estou ouvindo.

A expressão de Taeyeon voltou a ficar nervosa e ela começou a morder o lábio inferior – hábito adquirido recentemente. Tiffany franziu o cenho, perguntando-se o porquê de tanta apreensão.

- Digamos que eu estou em apuros – Respondeu – Extremamente ferrada, como vocês dizem.

- Bwo? Por quê? – Perguntou assustada.

- Rafael nos descobriu.

- Quem é Rafael?

- É um dos Arcanjos responsáveis pela monitoria dos anjos aqui na Terra – Respondeu tentando parecer calma – Ele tem um poder incrível lá no Céu e pode fazer coisas terríveis conosco...

- Que tipo de coisas? – Se a ruiva estava assustada, agora subira para o nível de extremo pânico – O que ele pode fazer com você, Taeyeon?

- Cortar minhas asas – Disse em um fio de voz.

- E isso é tão ruim assim?

- São as asas que nos possibilitam vir até a Terra, sem elas não posso descer – Olhou nos olhos da namorada e não percebeu quando uma lágrima caiu e desceu pela sua bochecha.

Tiffany coçou o queixo, tentando compreender onde Taeyeon queria chegar. Estava cansada e o seu raciocínio era lento, mas não sairia dali enquanto não conseguisse resolver o problema que afligia a pequena à sua frente. E então, como num estalo, a magnitude dos fatos veio em sua cabeça e ela finalmente entendeu o porquê do nervosismo e aflição da loira: Se ela não pudesse mais descer, não poderiam mais se ver, ou seja, tudo terminaria.

Segurou a vontade de chorar e abraçou a namorada o mais forte que conseguiu, tentando dizer naquele momento tudo o que não seria suficiente em palavras. Porém, as lágrimas logo vieram ao sentir beijos leves e molhados pelo seu rosto.

Tinha aprendido a viver daquele jeito, como poderia deixá-la ir?

E com convicção, fixou a idéia de que o seu sonho não acabaria ali.

***

Com seus hábitos modificados pela rotina humana, Taeyeon agora dormia a noite, junto a Tiffany.

As duas agora estavam deitadas na cama, nuas – tinham acabado de fazer amor – e se acariciavam, enquanto desfrutavam do silêncio confortável que tinha se instalado entre elas. A ruiva, de bruços, fechou os olhos ao sentir a mão sempre delicada da loira passar pelas suas costas em um trajeto em linha reta.

- Amanhã eu preciso voltar.

Tiffany abriu os olhos e encarou a outra que estava com o rosto a centímetros do seu.

- Você volta para mim?

- Sempre – Sorriu – Mesmo se for preciso perder as minhas asas...

- Isso não vai acontecer, ok? Todos vão entender que tudo entre nós é puro!

Taeyeon suspirou e beijou-a levemente nos lábios.

- Eu espero. Vamos dormir, então?

Com um aceno afirmativo, as duas deram as mãos e dormiram naquela mesma posição.

***

Tiffany espreguiçou-se demoradamente e abriu os olhos com dificuldade, amaldiçoando os raios solares que entravam no quarto pela janela parcialmente aberta. Passou a mão pelo seu lado direito e estranhou não sentir o corpo quente da namorada. Olhou confusa o vazio da cama e começou a vasculhar o cômodo atrás da figura mais perfeita que já vira, porém, não achou nada. Quer dizer, encontrou um pequeno bilhete na cômoda ao seu lado. Pegou o papel e reconheceu a letra de Taeyeon:

“Voltarei antes que você sinta a minha falta. Cuide bem do meu coração, ele ficou com você.

Ps: Sim, eu peguei essa frase extremamente piegas do seu livro preferido. Espero que consiga me achar mais romântica do que esse vampiro pelo qual você é apaixonada. Te amo.

Taeyeon.”

A ruiva sorriu ao ler o que estava escrito e deu-se conta de que mesmo quando a loira não estava por perto, tinha o poder de fazê-la sentir-se bem. Mas logo essa felicidade repentina deu espaço a preocupação e ao medo de não vê-la nunca mais.

Resolveu afastar esses pensamentos negativos da cabeça e concentrou-se na promessa de que ela voltaria, mesmo que sem asas. Ainda repetindo essa afirmação, levantou-se e seguiu para o banheiro, a fim de preparar-se para mais um dia de trabalho.

***

- Yay, cumpri o desafio!

- Ah, não vale – A voz do outro lado da linha reclamou – Você trapaceou!

- Claro que não – Seohyun respondeu indignada – Eu fiquei acordada durante a noite inteira e você está de prova.

- Mas eu poderia ter dormido em algum momento...

A maknae riu alto.

- Yoona, você é uma vampira e não dorme.

A mais velha também riu.

- Desculpe, mas eu odeio perder – Admitiu finalmente reconhecendo a derrota – Mas agora temos um problema: eu nunca sinto sono, mas como vai fazer para ficar acordada durante a aula?

- Eu não tinha pensado nisso... – Seohyun tampou a boca – Yoong, você não deveria ter me proposto esse desafio idiota sabendo das minhas condições!

- Eh? Não venha jogar a culpa para cima de mim, ok? Você aceitou...

- Aish... – Sentiu os olhos pesarem de repente – O sono está começando a atacar.

- Abra a sua janela – A outra pediu.

Já sentindo os efeitos de uma noite inteira sem dormir, Seohyun levantou-se lentamente e seguiu para a janela que dava acesso à rua e, ao olhar para fora, viu a figura familiar de Yoona segurando um copo de café em uma mão e acenando freneticamente com a outra. Um sorriso surgiu inconscientemente nos seus lábios.

- Hey, Seo – Gritou – Trouxe um café bem forte para você. Posso subir?

- Pode – Respondeu no mesmo tom e alguns segundos depois a garota estava à sua frente. Assustar-se foi inevitável – Como chegou aqui tão rápido?

- Segredo – Sorriu e lhe deu um selinho, estendendo-lhe a bebida – Está bem forte e vai te fazer bem.

- Obrigado – Tomou um gole e agradeceu aos céus pelo café não estar quente – Você me deve um desejo. Sabe disso, não sabe?

- Sei – Suspirou dramaticamente e sentou-se na cama – Já sabe o que vai querer?

- Dae! – Respondeu alegre, pois o café a despertou imediatamente – Quero que convença a sua família a vir jantar aqui na minha casa no Natal.

- Bwo? Não acho que seja uma boa idéia...

- Wae?

- Jessica não incorpora o espírito do natal como as outras pessoas – Deitou-se – Ela prefere ficar em casa, trocar presentes e ficar trancada com Yuri a noite inteira.

- Fazendo o quê? – Perguntou com um olhar inocente.

Yoona sorriu de lado com a ingenuidade da sua namorada.

- O que um dia nós iremos fazer... – Olhou de lado e observou o rosto da maknae ficar vermelho – Está com vergonha, Seobaby?

- Yah! – Deu um soco fraco no braço da outra, que ria – Então, vai conversar com elas?

- Tentarei... – Levantou rapidamente e olhou no relógio – Estamos atrasadas! Vamos, Seo. Não posso chegar tarde, se não a Sica me mata.

E as duas deram as mãos e saíram correndo pelo apartamento, trombando com uma Tiffany totalmente nervosa que desejou um “bom dia” distraído.

***

Taeyeon agora se encontrava em frente ao portão do Céu, e o mesmo lugar que sempre lhe trouxe tanta paz agora era motivo de medo. As grandes barras douradas se abriram e o ambiente tão familiar já não parecia mais tão perfeito, já que Tiffany não estava lá.  Respirou fundo e entrou.

Tudo continuava exatamente como se lembrava, e logo Leeteuk correu em sua direção dando-lhe o seu famoso abraço de boas vindas. A loira sorriu e, desajeitadamente, correspondeu ao cumprimento entusiasmado do amigo.

- Taengoo!

- Teukie!

Ele começou a girar rapidamente, mostrando o tamanho da felicidade que sentia ao ver a amiga novamente ali.

- Que saudade!

- Você me viu ontem de manhã – Riu.

- Yah e só posso não posso ficar feliz em te ver novamente? – A olhou fingindo raiva, porém logo sorriu – Hyoyeon quer lhe ver.

- É, preciso mesmo ter uma conversinha com aquela danshin – Desfez-se do abraço e seguiu caminhando firmemente até a sua casa.

- Como você pode chamá-la de danshin sendo que você também é uma? – Leeteuk perguntou divertido.

- Por isso mesmo, tenho direito!

Abriu a porta rapidamente e deparou-se com a Kim do meio, que, como sempre, dançava ao som de alguma música que somente ela escutava. Taeyeon pigarreou uma, duas, três vezes, mas em nenhuma delas a outra loira lhe deu atenção.

- YAH! – Gritou extremamente ofendida com a atitude da irmã – Não percebeu que eu estou aqui?

- Taengoo! – Ela veio em sua direção e também lhe deu um abraço sufocante – Desculpe, não te vi... Você é baixinha demais – Sorriu.

- Sou mais alta que você! – Defendeu-se.

- Dois centímetros...

- Mas já é alguma coisa! – Passou a mão pelo cabelo, tentando mostrar superioridade – Enfim, onde está Hayeon-ah?

- Brincando no jardim. Mas antes de ir lá, quero perguntar uma coisa...

Taeyeon sentiu seus músculos se enrijecerem.

- O q-quê?

- Tudo isso que estão falando aqui... – Abaixou o tom de voz - É verdade?

- Sim, Hyo – Suspirou – É verdade.

- E você está mesmo apaixonada pela sua protegida?

A mais velha sorriu ao lembrar-se da namorada que deveria estar enlouquecendo de preocupação na Terra.

- Sim. Eu a amo.

- Então não deve ligar para o que falam de você aqui – Abraçou a irmã – Esperava que eu fosse ser contra, não é? – Riu – Eu nunca iria contra a sua felicidade, Taengoo!

Ela sentia vontade de chorar já que realmente não esperava essa compreensão da parte de Hyoyeon.

- Obrigada.

Leeteuk, que assistia a tudo da porta, limpou algumas lágrimas no canto do olho – sempre fora muito sensível, principalmente em questões familiares – e pigarreou, ganhando a atenção das duas.

- Está na hora, Taengoo.

A pequena suspirou e deu um último abraço na irmã, seguindo o amigo até a grande Sala Celestial, onde todos os anjos e Arcanjos mais importantes do Céu estavam reunidos, apenas a esperando para começar a assembleia. Abriu a grande porta e sua presença não precisou ser anunciada, pois todos já sabiam que ela era a única anja que a cruzaria naquele momento.

Taeyeon estava nervosa e sentia sua mão suar, mas o aperto forte em seu ombro a deu segurança o suficiente para cruzar o salão e sentar na cadeira que lhe era reservada. Cumprimentou os conhecidos e superiores com uma reverência e sentou-se em frente ao Ser Supremo, a maior autoridade em todo o Céu: Deus. Ele, diferente de alguns Arcanjos, a olhava com extremo amor e esse olhar penetrou seu coração e a acalmou instantaneamente.

- Bom dia, Kim Taeyeon – Disse com a sua voz gentil.

- Bom dia, Senhor – Respondeu no mesmo tom.

- Você sabe por que estamos aqui?

- Sim, Senhor.

- Ontem recebi uma notícia que me deixou um tanto inquieto – Começou – Rafael se achou no dever de me comunicar um fato que há muito tempo não acontecia: você, filha, apaixonou-se pela sua protegida.

A loira nesse momento se encolheu na cadeira. Do jeito que Ele falava, parecia que era uma coisa extremamente errada.

- Você confirma isso?

- Sim, Senhor.

- Confirma também que quebrou duas das cinco regras que regem os anjos?

- Sim, Senhor.

- Sabe da punição para quem comete ações graves como as suas?

Um suspiro foi ouvido por todos na sala.

- Sim, Senhor.

- Mas não se desespere, você terá o tempo que for preciso para se justificar e tentar mostrar que o que fez não é errado o suficiente para que sofra a penalidade máxima. Pode começar.

Taeyeon pigarreou baixo e sentou-se ereta na cadeira, encarando rapidamente todos que estavam a sua volta, antes de voltar-se para Deus.

- Tudo o que já foi dito é verdade e seria hipocrisia da minha parte negar tais fatos, porém, o que quero defender aqui não é as minhas ações, mas sim o sentimento por trás de cada uma delas – Olhou para Leeteuk e este balançou a cabeça, a incentivando a continuar – Tippany Hwang, minha protegida desde os seus cinco anos, é a pessoa que me mostrou outra face do amor que eu tanto conheço e prego. Desci a Terra sem saber a minha verdadeira missão, do que eu deveria protegê-la. Descobri, alguns dias depois, que uma vampira que já cruzara o meu passado, estava ameaçando a Tippany e o meu dever foi cumprido. Mas nesse meio tempo em que fiz parte da sua rotina, percebi que tudo o que sentia, mesmo daqui do Céu, era amor. E eu tenho o orgulho de falar que sou totalmente e irreversivelmente apaixonada por ela.

Vários murmúrios começaram a penetrar a cabeça da pequena e todos eles traziam um sentido negativo, de um jeito ou de outro.

- Eu gostaria de dizer também – Recomeçou quando percebeu que o pequeno alvoroço havia cessado – Que acho totalmente desnecessária a convocação desta assembleia.

- Está contestando a decisão de um Arcanjo? – Rafael perguntou visivelmente ofendido.

- Não, Senhor! – Apressou-se em responder – Apenas acho que não era preciso ter convocado todos para uma reunião sem motivo aparentemente grave. O que nós mais prezamos aqui? Não é o amor? – Levantou-se e olhou os presentes – Então o que há de errado em amar? O sentimento que tenho pela minha protegida é diferente do que eu tenho por vocês, mas não deixa de ser amor. Como eu disse anteriormente, ela me mostrou a face humana do nosso maior tesouro. Pregamos o amor, mas fazemos restrições sobre quem é apto ou não a senti-lo. É errado isso? Talvez sim... Mas estou disposta a enfrentar as consequências em nome daquilo que eu acredito.

Sentou-se novamente e abaixou o olhar, não percebendo que o Senhor lhe encarava com uma expressão curiosa.

- Está dizendo que não se importa com a decisão de ter as asas cortadas?

Ela sentiu uma lágrima cair em sua perna, porém acenou afirmativamente com a cabeça.

- Apenas se eu puder ficar com a Tippany.

- Está certa disso?

- Sim – Respondeu com convicção.

- Então a assembleia está encerrada – Rafael disse e se levantou, porém parou no meio do antes quando viu um sinal que continuasse em seu lugar.

- Ainda não dei a decisão final, Rafael – Deus falou duramente olhando para o Arcanjo e quando voltou sua atenção para Taeyeon, sua expressão estava novamente bondosa.

- Minha filha, eu tenho vários motivos para dar-lhe a punição máxima, mas o seu discurso me fez perceber que todos estávamos equivocados: o que você cometeu não foi um desrespeito aos anjos e sim uma prova de que nossas teorias estavam erradas: ainda existe amor no mundo e ele não escolhe quem vai entorpecer, apenas acontece.

Taeyeon levantou o olhar – que ainda se encontrava meio perdido – e sentiu que a esperança voltara a se apossar do seu coração. Ali, naquele momento, soube que não seria castigada.

- Eu nunca que faria algo que pudesse machucar meus filhos – Deus continuou – Por isso, deixo-lhe uma decisão: ficar aqui e continuar como anjo ou descer a Terra como humana e viver o amor.

Ainda precisava perguntar?

- Quero descer, Senhor – Respondeu rapidamente, antes que Ele mudasse de opinião.

O homem sorriu largamente.

- Então, a partir de hoje, Kim Taeyeon não será mais um anjo. Descerá como humana até a Terra e será julgada como todos os meus outros filhos, tendo que obedecer aos meus mandamentos. Essa é a minha decisão final.

O sorriso que ocupava o rosto da loira era tão grande que sentia que seus músculos poderiam atrofiar.

- Obrigada, Senhor!

- Pode ir, minha filha – Sorriu e beijou o topo da cabeça da pequena – E apenas seja feliz.

A anjinha saiu saltitando até a porta e logo sentiu dois braços fortes lhe apertarem a cintura e a rodopiar. Leeteuk chorava como uma criança e não a soltava de jeito nenhum.

- Estou tão feliz, Taengoo! – Olhou o rosto brilhante – Mas você irá me deixar... Então, também estou triste.

- Nunca irei te deixar, babo – Revirou os olhos – Como serei humana, terei que escolher um anjo da guarda...

O rosto de Leeteuk se iluminou.

- E você vai me escolher, Taengoo? Jinjja? Yay, você é a melhor amiga do mundo!

- Unnie!

Uma pequena garotinha de rosto redondo e cabelo extremamente preto veio voando na direção da loira e a abraçou fortemente.

- Quando você chegou?

- Hoje de manhã – Respondeu ainda com Hayeon em seus braços – Mas não ficarei por muito tempo.

- Sério? – Fez um biquinho triste – Você vai voltar pra Terra?

- Preciso ter uma conversa com você e Hyoyeon – Disse séria – Pode ir chamá-la, por favor?

- Sim, unnie, já volto.

Com a partida da irmã mais nova, Taeyeon sentou-se em um banco que ficava não muito longe. Leeteuk ainda estava ao seu lado.

- Será que elas vão reagir bem, Taengoo?

- Espero que sim...

Não muito tempo depois, as duas Kim que faltavam chegaram voando e pousaram em frente aos loiros. Hyoyeon sentia que algo estava errado e trazia no rosto uma expressão confusa, diferente da mais nova que sorria por ter a irmã mais velha novamente por perto.

- O que aconteceu, Tae?

- Bom – Coçou a cabeça – Deus decidiu a meu favor e eu não terei minhas asas cortadas.

- Jinjja? Parabéns, Tae! – A mais baixa a abraçou fortemente e foi correspondida – Mas isso não é tudo, não é?

- Não...

- Conte-nos, então.

- E-Eu vou descer a Terra – Encarou as irmãs – E não voltarei mais.

- Bwo? – A pergunta saiu em uníssono.

- Eu irei ficar com a Tippany... Desculpe, meninas.

- Tem certeza?

- Sim.

- Então o que mais eu posso fazer se não te apoiar? – Hyoyeon sorriu e as três se abraçaram – Seja feliz, Tae. Nós sempre vamos olhar por você.

- Obrigada – Respondeu visivelmente emocionada – Eu preciso descer agora, ela deve estar louca de preocupação – Riu baixo – Nos vemos nos sonhos?

- Com certeza! – As duas responderam animadas.

Os quatro despediram-se e Leeteuk, como sempre, não conseguiu conter a emoção e caiu em prantos, tendo que ser consolado por Hayeon, que ria histericamente do mais velho.

Novamente em frente ao portão e com a decisão já tomada, respirou fundo, deu um último adeus a sua casa e aos amigos que ficariam e fechou os olhos, pulando em seguida e aproveitando a sensação de voar pela última vez. Ao pousar no quarto de Tiffany, percebeu que a ruiva ainda não havia voltado e que as suas asas já haviam desaparecido. Agora, definitivamente, era uma humana. Sorriu com a sensação e deitou-se na cama para descansar do dia cheio que teve, e também para esperar a namorada que tardaria a chegar.

***

- Aconteceu alguma coisa, Tiffany?

A ruiva levantou a cabeça ao ouvir o seu nome ser mencionado e viu que Sooyoung a encarava com uma expressão preocupada no rosto. E ela tinha razão para estar daquele jeito, já que a sempre tão animada, falante e hiperativa Hwang agora se encontrava calada e imersa em pensamentos.

- Está tudo ótimo, Soo – Respondendo sorrindo fracamente – Por quê?

- Bom, você ainda não gritou com ninguém e também não falou do seu dia – Coçou o queixo – E isso é realmente estranho.

Pela primeira vez no dia a mais velha riu.

- Eu só estou esperando a notícia que irá alegrar meu dia.

- Espero que ela chegue logo – Sorriu e abriu a porta – Todos estão te achando esquisita.

- Sério? – Franziu o cenho – Irei melhorar meu humor então.

Finalmente sozinha, a ruiva se pôs a pensar no que Taeyeon havia lhe dito na noite anterior sobre a assembleia que participaria e as consequências que sofreria caso a decisão fosse “não”. Levou as mãos até a boca e continuou nessa reflexão por tanto tempo que não percebeu as horas passarem e que já era hora de ir embora. Preguiçosamente levantou-se da sua cadeira e deixou a sala e o prédio, pegando a bicicleta do síndico e andando devagar pela cidade, aproveitando para observar a paisagem que via todo dia, mas não tinha tempo de admirar.

Ao chegar ao seu prédio, agradeceu ao senhor e subiu para o apartamento, já pensando na sensação boa que sentiria ao deitar-se em sua cama. Porém, ao abrir a porta, o que sentiu foi algo bem maior do que esperava: todos os sentimentos misturaram-se ao ver Taeyeon deitada em seu lado da cama.

A pequena trazia no rosto a expressão mais serena possível e tinha entre seus braços o travesseiro de Tiffany – que a ruiva pôde concluir que ela dormira cheirando o objeto. Sem conseguir se controlar, a mais nova andou devagar até a loira e deu-lhe um beijo longo e apaixonado na face, sentindo-se extremamente idiota por sentir tanta a falta dela em um período de tempo tão curto. Depois do primeiro foi impossível controlar a os outros que seguiram. Lábios, nariz, testa, bochechas, queixo... Tudo foi devidamente beijado. E seria incrível se Taeyeon não acordasse sorrindo depois de tanta demonstração de carinho.

- Hey – Disse sonolenta.

- Como você está? – Tiffany perguntou sorrindo.

- Bem e você?

- Com saudades – Admitiu, pedindo fervorosamente para não ficar corada – Como foi lá?

- Tudo perfeito.

- Sério? O que aconteceu?

- O que eu sabia que aconteceria: o amor, como sempre, venceu – Explicou sorrindo.

- O que você quer dizer?

- Nós vamos ficar juntas, Pany – Sorriu e viu a outra lhe presentear com um lindo eye-smile – Pra sempre! Quer dizer, até quando der...

- S-Sério?

- Sério!

A felicidade era tanta que faltaram palavras. Sobraram então os gestos, e o mais recomendado para aquele momento aconteceu simultaneamente: os lábios se uniram e as mãos agarraram o pedaço de pele mais próximo, fazendo com que o beijo que tinha a intenção de ser lento se tornasse extremamente violento.

Tiffany aproveitou da sua posição favorável e foi deitando Taeyeon na cama, ficando por cima e dominando com maestria o beijo – comemorando internamente o fato. Por baixo, a loira se deixava dominar, pois pensara tanto na possibilidade de nunca mais tê-la daquele jeito, que não reclamaria nunca mais de perder o controle da relação. Começou, então, a passar a mão pela cintura bem definida da namorada e brigou com os botões da sua camisa, conseguindo abri-los e colocando à mostra a barriga perfeita de Tiffany. Arrepiou-se ao sentir o calor da pele branca da ruiva.

A mais velha gemeu ao ver o olhar malicioso no rosto angelical da loira e mordeu seu lábio sensualmente, descendo os beijos para a região do pescoço e clavícula. Estava abaixando as alças da blusa de Taeyeon, quando ouve a porta ser aberta rapidamente.

- Fany, convidei a Yoona e a família dela para o jantar de Natal e...

Seohyun parou a fala no meio e arregalou os olhos quando viu em que situação pegara as duas na cama. Tampou rapidamente os olhos com as mãos e esperou até que elas estivem recompostas.

 - D-Desculpa – Pediu totalmente corada – E-Eu devia ter b-batido antes.

- É, devia – Tiffany respondeu carrancuda ao se separar da outra que ria – Mas agora não tem volta. Fale o que veio me falar.

- Bom – Respirou fundo para se recuperar – Convidei Yoona e sua família para o jantar de Natal que fazemos todos os anos. Já que nós estamos namorando, nada mais justo do que unificar nossas famílias, não acham?

- Achei essa uma ótima idéia, Seo! – Taeyeon comentou animada – Tenho certeza de que será uma noite muito agradável.

- Fany?

- Tanto faz – Respondeu indiferente, tirando a blusa e andando de sutiã pelo quarto.

- Tippany! – A loira a repreendeu – Seja mais atenciosa com a sua irmã mais nova.

- Wae? Ela nos atrapalhou – Gritou e apontou o dedo ameaçadoramente para Seohyun que encolheu os ombros.

- Lembre-se que teremos todo o tempo do mundo – Disse e sorriu, vendo um pequeno sorriso se formar no rosto da ruiva.

- Ok, irei tomar um banho – Entrou no banheiro e deixou as duas sozinhas.

- Acho que você também deveria ir fazer sua higiene, Taengoo – A maknae sugeriu.

A pequena riu.

- Aqui nesse quarto só tem um banheiro, Seo. E se eu entrar nele com a Pany lá dentro, talvez não saia de lá tão cedo...

Seohyun pensou um pouco na resposta dada pela cunhada e corou fortemente ao entender o verdadeiro significado da frase.

- A-Acho que irei me a-arrumar – Disse nervosa e saiu do quarto, deixando a loira sorrindo.

Taeyeon olhou para a porta do banheiro e mordeu o lábio, parecendo considerar alguma possibilidade. Por fim, levantou-se e tirou a roupa rapidamente, entrando no cômodo e dando de cara com o corpo escultural de Tiffany - sendo impedida a sua visão perfeita por causa do maldito box. Sorrateiramente entrou no pequeno espaço e abraçou a namorada por trás, achando graça do fato dela não ter demonstrado qualquer reação com a sua chegada repentina.

- Por que você não gritou? – Perguntou confusa.

- Eu sabia que era apenas uma questão de tempo para que você viesse atrás de mim – A voz rouca respondeu com um tom divertido.

A mais velha revirou os olhos e mordeu o ombro alvo.

- Não está convencida demais? – Sussurrou.

- Não, baby – Virou-se e colocou os braços ao redor do pescoço de Taeyeon, roçando seus lábios nos dela de maneira provocativa - Isso é apenas um fato: você não resiste a mim.

- É, tem razão... – Apertou as mãos na cintura fina e passou a língua pelo lábio inferior de Tiffany – Não consigo resistir.

E um beijo começou, calando as possíveis provocações que sairiam dali...

***

Triiiiiim!

- Ai meu Deus, são elas! – Seohyun gritou e foi abrir a porta, arrumando a roupa durante o curto trajeto.

Tiffany se encontrava sentada no sofá com um vestido vermelho – que combinava com a cor dos seus cabelos – e mexia distraidamente nos fios loiros de Taeyeon, que vestia um short e blusa escolhidos por ela própria, o que fez com que a mais nova sentisse um orgulho imenso da namorada.

Alguns minutos depois a maknae chega à sala com as mãos entrelaçadas nas de Yoona e com as duas convidadas ilustres logo atrás. Jessica e Yuri estavam deslumbrantes! Apesar daquele ser um look nem tão sofisticado assim – a Jung insistiu que não precisava impressionar os Hwang, já que o namoro estava consolidado -, a graça do caminhar, a perfeição do corpo – e de todo o resto, diga-se de passagem – fez com que elas ficassem mais bonitas do que as quatro que estavam na sala.

Não que isso incomodasse a alguma delas, é claro.

- Boa noite – Yuri falou primeiro – Meu nome é Yuri, eu sou a irmã mais velha de Yoona e fico feliz em ver nossas irmãs juntas e felizes.

- Baby, para quê tanta formalidade? – Jessica revirou os olhos e sorriu simpática, ou pelo menos tentando parecer – Boa noite, Tiffany e Taeyeon.

- Boa noite – As duas responderam em uníssono.

As quatro começaram a se encarar e uma leve tensão se formou no ar, mas, felizmente, Taeyeon pigarreou e sorriu.

- Então, aceitam beber alguma coisa?

- Vinho – A Kwon mais velha respondeu alegremente.

- Certo, irei pegar a garrafa. Vem comigo, Pany?

- Claro – A ruiva respondeu e saiu acompanhando a namorada até a cozinha – Será que é mesmo confiável deixar essas duas aqui? – Sussurrou.

- Deixe de ser tão desconfiada, Pany – Revirou os olhos – Hoje é natal! Não devemos pensar em coisas ruins, apenas no amor.

- Isso foi muito brega, sabia? – Sorriu.

- Aish – Mostrou a língua de forma infantil – Vamos voltar para a sala.

Ao voltarem para o cômodo, todas já se encontravam sentadas e riam de alguma coisa que Yoona havia contado. Vendo que o vinho havia chegado, Yuri levantou-se rapidamente e se serviu, parecendo não ter muita paciência para esperar que Taeyeon colocasse o líquido em sua taça.

- Kwon Yuri – Jessica a repreendeu – Não beba demais, pois não quero que você me envergonhe.

- Baby Sica – Ela respondeu sorrindo – Eu nunca faria isso com você!

- É o que veremos – Disse com um brilho estranho no olhar e a morena engoliu um seco.

- Então, o seu pai vem? – Yoona perguntou para Seohyun – Quero muito conhecê-lo.

- Não – A maknae suspirou – Está nos Estados Unidos. Trabalhando.

- Oh – A outra abraçou a namorada e beijou-lhe os cabelos – Sinto muito. Eu sei o quanto isso é importante pra você...

- Na verdade não é, mas não vamos falar nisso agora – Levantou-se – Já está na hora da ceia. Vamos?

- Você contou para ela que nós não comemos? – Yuri sussurrou para a irmã.

- Sim e não se preocupe, a comida é só para elas.

As seis garotas seguiram para a grande sala de jantar e sentaram-se a mesa, conversando animadamente sobre diversos assuntos. E quem visse de fora nunca iria imaginar as verdadeiras identidades das meninas, pensariam apenas que eram amigas que estavam compartilhando um momento especial em uma noite mais especial ainda. E enquanto as Hwang e Taeyeon comiam, as três restantes apenas observavam. Felizmente Jessica teve a idéia de sair para caçar antes de irem, pois seria muito difícil ficar no mesmo ambiente que humanas e não poder atacar nenhuma delas.

- Então – Tiffany ergueu a taça com vinho e pediu a atenção de todos – Eu quero fazer um brinde a todos que estão aqui nessa noite incrí-

O toque da campainha interrompeu a sua fala. Ela franziu o cenho, não esperava ninguém! Quem seria então?

- Só um minuto, já volto.

Saiu andando apressadamente até a porta e abriu a mesma, sorrindo ao ver quem estava ao outro lado.

- Surpresa!




Continua...



Notas Finais: Bom gente, esse capítulo não deveria ser postado agora, mas fui obrigada a postá-lo! HSUAHSUA E como ele está inacabado, terá uma outra parte que não deve ser tão grande... eu acho. Enfim, espero não demorar para escrever hehe


Beijos e comentem ^^ adoro ler os comentários de vcs ^^ apesar de ter preguiça de respondê-los HSUAHSUA

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