- Back to Home »
- Capítulos , Linha Tênue »
- Linha Tênue Capítulo 1 - Carências de um sábado à noite
fevereiro 05, 2013
Fanfic Linha Tênue
Escrita por MyYoona
[+18]
Notas da Autora: Espero que gostem xD Comentem!
“Krystal, não vou poder te buscar hoje, tive um imprevisto
aqui no trabalho. Desculpe. Te amo.”
Li a mensagem que Kai havia me mandado e suspirei alto. Como
eu iria para casa agora?
Abri a minha carteira, mas ao havia um won sequer, então a
idéia de pegar um ônibus ou taxi foi descartada imediatamente. Eram quase dez
horas da manhã e o meu estômago começava a reclamar pela falta de comida. Por
que eu não tomei café antes de vir para a faculdade? Dei um tapa em minha testa
e, então, como que em um surto de inteligência, resolvi ligar para a minha
irmã. Peguei meu celular e apertei o número um da discagem rápida e começou a
chamar. Nada. Tentei uma, duas, três vezes... E no final da quarta chamada, eis
que sou finalmente atendida.
- O que você quer? – Uma voz sonolenta e irritada penetrou
meus ouvidos.
- Ahn, Jessi, você poderia vir me buscar? – Perguntei
temerosa.
- E o seu namoradinho?
- Me mandou uma mensagem avisando que não viria.
Ela riu baixinho.
- Ora, ora... Então ele não é tão perfeito?
Revirei os olhos. Jessica nunca demonstrou gostar de Kai e,
sempre que pode, faz comentários maldosos sobre o seu modo de vestir, de cortar
o cabelo, de andar. Independente de ele estar presente ou não.
- Aish, vai vir me buscar ou não? – Perguntei irritada.
- Estou indo. Chego aí daqui a pouco – Abri a boca para
mandá-la não demorar, mas a ligação já havia sido finalizada.
Sentei em um dos vários bancos que ficavam pelo campus e me
pus a esperar. Até que não havia sido tão difícil como eu pensava! Jessica
odeia ser acordada, principalmente quando é para fazer alguma coisa. Mas eu não
ficaria brava se tivesse sido atendida e ouvisse várias reclamações, afinal,
era sábado de manhã! Quem acorda cedo em um dia feito especialmente para
descansar? Resposta: Eu. Maldito professor de História Política que resolveu
adiantar as aulas!
Olhei no relógio e já fazia vinte minutos que eu havia
desligado o celular e ainda nenhum sinal de Jessica. Bufei irritada ao ver meus
amigos irem embora e o campus ficar ainda mais vazio.
- Krys? O que ainda está fazendo aqui?
Olhei para o lado e vi Sulli, minha colega de curso, parada,
me olhando sorridente.
- Ah, oi Sulli – Dei espaço para sentar, e ela assim o fez –
Estou esperando minha irmã.
- Sério? Será que poderia me dar uma carona? – Perguntou
descaradamente – Não quero gastar meu dinheiro.
Revirei os olhos novamente e sorri, lhe dando um soco fraco
no braço.
- Claro.
No momento em que fechei minha boca, o conversível de
Jessica parou em minha frente. A porta foi aberta e eu pude vê-la no interior
com os óculos escuros e os cabelos loiros presos em um rabo-de-cavalo frouxo.
- Entra logo – Disse – Não tenho o dia todo.
Sempre um amor de pessoa!
- Minha amiga pode ir com a gente? – Perguntei e recebi um
grunhido estranho como resposta. Decidi interpretar aquilo como um “sim” –
Vamos, Sulli.
Entramos no carro e minha irmã deu a partida. Ligou o rádio
e um instrumental de piano começou a tocar, nos deixando incrivelmente
relaxadas.
- Coloca uma música mais animada, por favor – A passageira
reclamou no banco de trás – Madonna é melhor do que isso aí.
Vi os dedos de Jessica apertarem o volante e eu sabia que
daquele comentário em diante, ela odiaria Sulli profundamente. Porque se tem
uma coisa que ela odeia mais do que ser acordada, é ter seu gosto musical –
refinadíssimo, como sempre diz – contestado.
- Isso aí – Começou a falar com a voz extremamente fria – É
Beethoven, um dos maiores gênios da música que já existiu. Então, por favor,
não venha me dizer que Madonna – Fez uma careta a falar o nome da cantora – É
melhor.
Contive o riso ao ver a cara que a minha amiga fez ao ouvir
a resposta dada. Balançou a cabeça em concordância e ficou o resto do caminho
em silêncio.
- Pode me deixar aqui – Pediu e Jessica parou o caro –
Obrigada pela carona e até segunda, Krys - Acenou para mim e eu retribuí
cumprimento.
- Olha só o tipo de amizade que você tem – Resmungou e
voltou a dirigir em direção a nossa casa.
Eu sorri a balancei a cabeça, constatando que o seu mau
humor havia voltado.
***
Mal chegamos em casa e Jessica se trancou novamente no
quarto para dormir. Fui para a cozinha, peguei uma maçã e segui para a sala.
Liguei a televisão e comecei a assistir um programa de variedades qualquer,
onde a apresentadora entrevistava com muito afinco uma modelo que havia acabado
de posar nua. Senti meus olhos pesarem e adormeci no sofá.
- Hey, Krystal – Senti uma mão me sacudir – Acorde para
irmos almoçar.
Resmunguei alguma coisa parecida com “me deixa dormir” e
logo depois senti uma almofada me acertar em cheio na cabeça.
- Yah! – Gritei e Jessica riu.
- Vamos almoçar, estou com fome.
Levantei ainda brava e a segui até o carro. Fomos para um
restaurante de comida japonesa e fizemos um verdadeiro banquete. Todas nos
olhavam assustados pelo fato de comermos muito e sermos tão magras, mas a
explicação para isso é bem simples: eu faço parte da equipe de atletismo da
faculdade e treino quase todos os dias, já Jessica... Bom, é uma incógnita.
Nunca a vi entrar em uma academia e as únicas vezes que a vejo correr, são
quando tem alguma barata dentro do seu quarto... E mesmo assim o seu corpo é
impecável. Só pode ser a genética!
Voltamos para casa em uma conversa animada, mas dessa vez
quem se trancou no quarto fui eu, enquanto ela ficou no andar de baixo
assistindo a sua série favorita. Liguei o notebook e resolvi entrar no skype,
logo sendo chamada por Amber para uma conversa.
- E aí, Jung, como vai?
- Ótima, Liu, e você?
- Melhor agora.
Revirei os olhos e sorri para a imagem dela no computador.
Amber era a típica lésbica cafajeste que tenta seduzir qualquer garota usando o
seu charme – arrebatador, admito –, mesmo que namorasse Victória, a garota mais
popular do curso de dança. Todos sabem que essa é apenas a sua natureza e por
isso sempre levam na brincadeira as suas investidas.
- E como está a Vic? – Perguntei e vi o seu sorriso
aumentar.
- Ótima! E o KaiKai?
Senti meu rosto ficar vermelho e não sabia se era de
vergonha ou raiva, por ela ter descoberto o apelido carinhoso que eu havia dado
para o meu namorado logo depois de termos começado nosso relacionamento.
- Bem – Respondi seca.
Ela riu.
- Qual é, Jung? Vai ficar com raivinha?
- Não estou com raivinha, Liu – Ok, eu estava, mas não iria
admitir – Me fale logo o que você quer.
- Achei um site novo
– Falou com um sorriso malicioso.
- Você não tem nada melhor para fazer na internet, não?
- Não – Respondeu e deu de ombros – Acho que você deveria
experimentar.
- Por favor, Amber! Eu tenho um namorado e não preciso
entrar em um site de garotas de programa – Disse irritada – E, além disso, eu
não sou lésbica.
A garota sorriu
abertamente.
- Isso porque nunca provou o outro lado.
Revirei os olhos pela centésima vez naquele dia.
- Tchau, Amber.
- Mas, Krys, estou falando a verdade... – A interrompi.
- Tchau, Amber! – E me desconectei, fechando o notebook e
colocando ele na escrivaninha.
Deitei na cama e fiquei encarando o teto, e pensando no que
ela havia acabado de falar. Será que se eu ficasse com uma garota poderia
gostar? E alguma da faculdade fará o meu tipo? Mas... O que diabos eu estou
pensando? Afundei a cabeça no travesseiro e me forcei a dormir, antes que esses
pensamentos começassem a se fixar em minha cabeça.
***
Acordei duas horas depois bem mais relaxada e resolvi ir
para o apartamento de Kai, afinal, eu não o via há três dias e estava com
saudades. Levantei, tomei um banho e quando desci, vi meus pais na cozinha,
conversando sobre o seu dia.
- Olá – Cumprimentei e beijei os dois.
- Olá, Krys – Meu pai me abraçou – Como foi seu dia?
- Cansativo – Respondi e peguei uma maçã – Vou até a casa do
meu namorado, ok?
- Usem camisinha – Minha mãe falou sorrindo e eu corei
violentamente.
- Mom!
- Ela está certa, Krys – Meu pai confirmou – Apesar de
adorar crianças e ter um sonho de ver vários netinhos correndo pela casa,
espero que isso só aconteça depois que você tiver terminado a faculdade e já
esteja casada.
- Daddy!
Os dois começaram a rir e eu saí de casa totalmente
indignada com o que havia acabado de viver. Por que meus pais não podem ser
normais e evitarem esse tipo de conversa?
Peguei as chaves do carro do meu pai e dirigi em direção ao
lado leste de Seoul, onde ficava o apartamento do Kai. Tentei falar com ele
durante todo o trajeto, mas seu celular estava desligado, o que era estranho.
Resolvi não pensar na pequena chama de desconfiança que crescia dentro de mim e
me concentrei no trajeto que estava passando rápido demais; percebi que pisava
com força no acelerador. Parei em frente
ao seu prédio e cumprimentei o porteiro, pedindo para não avisar da minha
chegada, pois queria fazer surpresa. Ele concordou e me desejou um "bom
dia", retribui com um sorriso e entrei no elevador, apertando o botão do
quinto andar.
Andei até a porta do seu apartamento e peguei a chave que
ele "escondia" debaixo do tapete. Fiz uma anotação mental para
reclamar, mais uma vez, que aquele não é um lugar seguro para se esconder
coisas e que qualquer um podia assaltá-lo... E tudo isso porque não quis
escutar a namorada! Ao abrir a porta, ouço alguns barulhos estranhos vindo do
seu quarto, se não me engano. Fui lentamente até o cômodo e senti meu coração
parar.
Kai estava nu na cama... Com Sulli sobre o seu corpo.
Ao me ver parada, ele rapidamente se levantou e acabou
derrubando a garota no chão. Olhou para o meu rosto - que acredito estar
inexpressivo - e abriu a boca várias vezes, mas em nenhuma delas as palavras
saíram.
- Então esse é o seu "problema de trabalho"?
- Krystal... Não é isso que está pensando!
- Claro que não é - Respondi seca.
Sulli, então, se levantou do chão e se enrolou no
lençol. Ela não teve coragem de me
encarar...
- Desculpe interromper - Dei vários passos para trás ao ver
que Kai tentava se aproximar de mim - Eu já vou indo e sei onde é a porta.
Podem voltar ao que estavam fazendo.
Andei lentamente até o elevador e segurei a vontade de
chorar - afinal, uma Jung não borra a maquiagem por homem nenhum. Ao passar
novamente pela recepção, o porteiro me olhou confuso:
- Me desculpe se estou sendo invasivo, mas o Sr. Kai não
estava em casa?
- Sim, ele estava.
- Ah, porque ele subiu há uma hora, mais ou menos, com a sua
irmã - Comentou inocentemente.
Limpei uma lágrima, antes que ele a percebesse.
- Kai é filho único - Respondi e saí andando.
O Sr. deve ter percebido que falou alguma besteira e não se
preocupou em pedir desculpas ou se despedir, o que foi melhor para nós dois.
Sentei no banco do carro e respirei fundo uma, duas, três
vezes. Não queria ir para casa e enfrentar um possível interrogatório dos meus
pais. Eu só precisava ficar em silêncio até que a raiva passasse... E eu sabia
o lugar perfeito para ir.
***
- Krystal?
Victória abriu a porta e me encarou confusa e eu não entendi
o porque de tanta surpresa. Amber era minha melhor amiga e é completamente
normal que eu fosse para a sua casa a qualquer hora do dia.
- A Amber está? - Perguntei, mas não foi preciso uma
resposta, pois logo vi o seu cabelo loiro e arrepiado surgir no corredor. Não
pensei duas vezes e corri para me atirar em seus braços. Sorte nossa que ela é
forte e conseguiu me segurar.
Foda-se aquele lema de que Jungs não choram por homem!
Abracei o corpo pequeno e me permitir por para fora toda a frustração que
sentia. Poxa, ele era meu namorado há três anos! E, de repente, joga todos os
malditos momento que vivemos juntos por sexo - há não sei quanto tempo - com a
garota que convive comigo todo os dias e que eu considerava como uma amiga.
Felizmente meu jeito antissocial de ser, colocou a amizade verdadeira de Amber
em minha vida. E sabe a melhor parte de ir chorar nos braços da sua melhor
amiga? Ela não pede explicações inúteis em momentos inapropriados.
- Eu vou lá para cima - Victória disse e nos deixou
sozinhas.
- Vou buscar um copo de água e quando você se acalmar me
conta o que te deixou assim, ok? - Ela disse e me guiou até o sofá, onde eu
agarrei uma almofada e tentava parar o choro compulsivo que tomava conta de
mim.
- Ele me traiu - Disse baixo, só para ver se eu conseguia
entender o que havia acabado de acontecer.
- Kai fez o quê?
Olhei para cima e a expressão de Amber beirava ao ódio.
Sabia que ela iria atrás dele naquele momento se eu não a impedisse.
- Me abraça, por favor - Pedi e fui prontamente atendida -
Ele é um idiota que me traiu com a vadia da Sulli.
- Com aquela sem graça? - Perguntou com descrença - Te
trocar por ela... Só sendo um idiota para fazer isso.
Eu ri baixo.
- E você não quer voltar para casa, não é? - Assenti - Ainda
bem que nunca levou suas roupas daqui - Sorriu e se levantou novamente - Ligue
para a sua mãe avisando que vai ficar aqui. Vou lá em cima falar com a Vic.
Ela subiu e eu peguei o celular, pigarreando várias vezes
até achar que minha voz não estava mais rouca.
- Mom? - Disse quando ela atendeu - Eu vou dormir aqui na
Amber hoje, ok? E não, não tem nenhum motivo especial para isso - Respondi
antes da pergunta frequente ser feita - Amanhã de manhã volto para casa. Tchau,
mom - Sorri - Te amo também - Desliguei e deitei no sofá.
Alguns minutos depois Amber desce com a expressão levemente
envergonhada.
- Krys... Eu não vou poder ficar com você hoje - Disse sem
jeito.
- Por que não? - Aish, quem me ajudaria a falar mal do Kai
agora?
- Tem um jantar na casa da Vic e eu já havia prometido que
iria. E, com certeza, ela irá me obrigar a dormir lá.
- Então vou ficar sozinha aqui? - Fiz biquinho.
- Me desculpa, baby - Sentou ao meu lado - Mas essa casa é
como se fosse sua, então pode ficar aqui o tempo que precisar. Meus pais estão
viajando e só voltam na segunda-feira. Pode chorar o quanto quiser... Tem
lenços de papel no banheiro.
Revirei os olhos e sorri.
- Posso pedir uma pizza? - Ela me deu um leve tapa na testa
- O que foi? Estou sem dinheiro e é a sua obrigação me ajudar a superar as
coisas.
- Aish, já quer me falir? - Balançou a cabeça em reprovação
- Tem dinheiro dentro do meu guarda-roupa. Tente não gastar tudo!
Nesse momento Victória desce as escadas e para ao lado da
namorada.
- Vamos, baby?
- Vamos - Amber me deu um beijo na testa antes de se
levantar - Fique bem e qualquer coisa me ligue.
- Tchau, Krys - Acenou animadamente para mim - Pode gastar a
mesada dela inteira.
- Yah! Vocês querem realmente me falir? - Gritou do lado de
fora e nós duas rimos.
- Até segunda - Me mandou um beijo pelo ar - uma de suas
manias - e saiu. Logo depois ouvi o motor da moto de Amber ligar.
E eu estava sozinha.
Olhei no relógio e vi que já eram quase nove horas da noite.
Pedi uma pizza e fui tomar um banho rápido, já que detesto esperar e isso
ocuparia o meu tempo. Felizmente a entrega foi bem rápida e eu comecei a
assistir um filme aleatório que passava na televisão e me deu ânsia de vômito.
Sabem, não é legal assistir a uma comédia romântica depois que pega o seu
namorado no flagra transando com outra.
Guardei o que sobrou da pizza na geladeira e subi até o
quarto da minha melhor amiga, ligando o seu notebook para me distrair na
internet. E, de repente, uma idéia me surge na cabeça: e se eu entrasse naquele
site que Amber me indicou? Ok, era um site lésbico de garotas de programas, mas
esse não é o momento para se ter novas experiências? Isso serviria para matar a
minha curiosidade e me fazer esquecer, pelo menos por algumas horas - o que eu
havia passado. Mordi o lábio enquanto
travava uma batalha interna sobre acessar ou não.
Quer saber? Foda-se. Ninguém precisa saber. Só a Amber,
claro.
Abri a página da internet e vi que o link estava salvo nos
favoritos. Arqueei uma sobrancelha. Acho que Victória não deve gostar muito de
computadores ou já teria feito ela apagar todos esses links. Respirei fundo e
cliquei, vendo a página se abrir rapidamente. Santa internet rápida! Percebi
que tinha que fazer um cadastro e óbvio que Amber já havia feito o dela. Fiz o
login e... Nossa! Tinha tantas opções! E era só você colocar as suas
preferências e aparecia a mulher do seu jeito. Muito interessante. Mas então
surgiu um problema: como eu vou ter preferências se nunca tive desejos sexuais
por outra mulher? Cruzei as pernas e comecei a ver todos os perfis para ver se
conseguia uma base para achar a garota perfeita para mim. Senti-me estranha
depois de ter esse pensamento.
- Hum, vamos ver - Meus olhos estavam vidrados na tela -
Loiras ou morenas? - Pensei por um segundo - Loiras.
Preenchi o quadrado e pulei para a próxima pergunta.
- Asiáticas ou ocidentais? - Comecei a morder a tampa de uma
caneta qualquer que achei em cima da escrivaninha - Asiáticas.
Cliquei na opção e ao abaixar a página, vi que ainda tinha
umas vinte perguntas, mais ou menos.
- Aish - Suspirei - Responder uma prova de vestibular é mais
fácil do que fazer isso aqui.
Fui escolhendo opções aleatórias - porém seguindo o meu
"gosto" - e quase pulei de felicidade quando cheguei à última
pergunta.
- "Você prefere ativa ou passiva?" - Arqueei a
sobrancelha - Eu nunca fiz nada com uma mulher... Não sei por onde começar...
Acho que tem que ser uma ativa, não é? - Perguntei para mim mesma e marquei o
quadrado. Seja o que Deus quiser!
O site começou a processar as informações e alguns segundos
depois apareceu o resultado:
"Seu tipo ideal é: Sargento S"
A foto que apareceu mostrava apenas dos seios até a metade
das coxas e eles estavam cobertos por um minúsculo short e blusa, ambos com
estampa militar.
- É... Pelo menos tem um corpo bonito - Observei - E está
online!
E antes que eu pudesse ter alguma reação, ela já estava falando
comigo.
"Olá ;D"
Respirei fundo e respondi.
"Oi"
Nem uma carinha feliz? Puta merda, Krystal, seja mais
receptiva!
"Apareceu aqui que eu fui escolhida como o seu tipo
ideal haha então, está solicitando os meus serviços? ;D"
Santa Sargento S! Isso, tome a iniciativa antes que eu
desligue o computador.
"Sim rs vc está livre para vir até a minha casa
hoje?"
"Sempre ;D é só me passar o endereço e chego aí em uma
hora."
Combinei o preço - bem alto até, espero que ela seja muito
boa - e olhei no guarda-roupa para ver se tinha dinheiro suficiente lá. Eu pagaria para Amber depois, com juros se
ela quisesse. Passei o endereço da casa também.
"Quer que eu leve brinquedinhos?"
Epa, será que ela é do tipo sadista?
"Você é do tipo sadista?"
"Só se você quiser ;D"
Eu sou do tipo masoquista?
"Eu quero"
Bom, já que terei a minha primeira experiência lésbica hoje,
que seja com todos os direitos, não é? E além disso, sempre posso gritar para
os vizinhos chamarem a polícia caso a coisa fique séria.
"Certo. Chego aí em uma hora. Até daqui a pouco
;D"
"Até ;D"
Pronto, estava feito.
Então a realidade me acertou em cheio e comecei a rir: eu
iria transar com uma desconhecida - ênfase no gênero feminino da palavra - na
casa de Amber no mesmo dia em que peguei o meu namorado - ou melhor,
ex-namorado - transando com uma das minhas amigas.
É, Krystal, e diziam que a sua vida era desanimada, hein?
Desliguei o computador e sentei na cama, encarando o
relógio. Ela disse uma hora, então eu ainda tinha tempo de dar uma surtada
básica: enterrei a cabeça no travesseiro e gritei o mais alto que pude.
- Ok - Sentei novamente - Me sinto melhor.
Desci novamente para a sala e voltei a assistir televisão,
ainda ansiosa com a visita que iria receber. Infelizmente, ou felizmente, um
dos meus filmes preferidos estavam passando. Revirei os olhos e soquei o sofá.
- Aish, você não poderia ter passado há meia hora atrás? -
Gritei para o aparelho - Teria evitado essa minha carência excessiva e me
manteria longe de confusões!
Cruzei os braços e mudei de canal. Sim, eu estava com raiva.
Comecei a assistir um programa de culinária onde o Chef de Cozinha ensinava
como deixar um frango com o tempero perfeito. Fiquei tão entretida que não
percebi as horas passarem... Só me dei
conta quando ouvi a campainha tocar. Desliguei a televisão e mesmo com as mãos
tremendo, fui atender a porta.
Ao abrir, uma garota loira estava de costas para mim e
admirava a rua. Estava com o mesmo uniforme da foto e eu pude admirar o seu
corpo perfeito. Então, sua voz extremamente sexy adentrou os meus ouvidos.
- Então é aqui que mora a gatinha da vez?
Senti meu coração acelerar. Eu conhecia aquela voz! Mas não
poderia ser... Seria loucura demais! A loira foi se virando para mim e
arregalou os olhos e abriu a boca, tamanho o choque que sentiu.
E eu confirmei o que eu rezava para não ser verdade.
- Krystal?
- Jessica?